terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Viver a gravidez!



Conforme já tinha referido num post anterior, a minha primeira gravidez não foi minimamente vivida, os meses em que soube que estava grávida passaram a correr e não tive oportunidade de fazer nada do que a maioria das grávidas fazem ou deveriam fazer...

Valeu-me o facto de ser nova e aguentar bem dois trabalhos e o último ano de curso, se fosse hoje acho que não aguentaria e também não era algo que quereria fazer!

Muito provavelmente por causa disto, e de outras agravantes, acabei a primeira gravidez com um bebé pélvico, que nasceu prematuro e pequeno. Tivemos um pós-parto complicado, muito exigente a nível emocional e ainda hoje não sei como não tive uma depressão pós-parto, com tudo o que se passou.


Desta vez está tudo a ser diferente, por imposição da própria gravidez, que me deixou em casa logo no primeiro trimestre, mas mesmo que isso não tivesse acontecido acho que teria seguido o conselho que dou às grávidas que acompanho: "Vão para casa o mais cedo possível!"

E porquê? Porque acho mesmo que é preciso viver a gravidez, um momento que só acontece uma vez na vida de uma mulher, com aquele bebé, e naquela altura, visto que vamos sendo mulheres diferentes conforme o tempo vai passando.

No início é preciso proteger aquela gravidez, descansar o máximo possível, o que nem sempre é fácil porque normalmente não anunciamos a gravidez a muita gente e tentamos levar a nossa vida normalmente mas a verdade é que estamos a gerar um ser, a criar células, que vão dar lugar a um embrião, e que depois passa a feto, mas que para a mulher é o seu filho/a desde o primeiro momento, independentemente do nome que a medicina lhe dá, e começamos a ser mães.

Nesta gravidez, por exemplo, senti os pontapés logo às 16 semanas, e tenho oportunidade de perceber um pouco dos seus ritmos, infelizmente não me lembro de quando comecei a sentir o meu filho na primeira gravidez...

Consigo fazer coisas que sinto que nos fazem bem, como dormir uma sesta de vez em quando, fazer meditação, yoga quando consigo, ouvir música, e mais recentemente tenho feito hidroginástica para grávidas e tenho adorado!

Quando a gravidez não exige ir para casa como me aconteceu, sugiro que pelo menos no terceiro trimestre, pela sua exigência física e não só, que o tentem fazer, porque acredito que efetivamente isso poderá influenciar os primeiros meses do bebé que aí vem. 

Para quem não consegue de todo, há outras opções como diminuir a carga horária ou trabalhar a partir de casa. 

Há países onde a licença se inicia antes do parto, o que pode resultar na prevenção da prematuridade, da restrição de crescimento do bebé, ou da depressão pós-parto. Em Portugal não sendo esse o caso, as mulheres têm de tentar pedir baixa médica, usar dias de férias ou tentar algum tipo de acordo com a entidade patronal, o que nem sempre é facilitado ou até mesmo possível.

Lamento que assim seja, porque realmente poderíamos fazer a diferença num momento tão importante para a mãe, e principalmente para o seu bebé. 

Também há as mães que querem ficar a trabalhar até ao final da gravidez, o que até pode ser positivo para elas por gostarem do que fazem ou por sentirem essa responsabilidade, no entanto é preciso perceber se também é isso que o bebé quer, e se é isso que ele precisa!

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