terça-feira, 20 de setembro de 2016

Os Grupos de Apoio

Posso dizer que a minha vontade de ajudar outras mães começou nos grupos de apoio, para quem não sabe há 8 anos atrás as mães juntavam-se nos fóruns, e o meu fórum na altura era o P&B.

Na gravidez, este tipo de coisas passou-me ao lado e penso que só comecei a frequentar os fóruns quando o meu filho já tinha cerca de 3 meses e ali descobri todo um mundo novo, onde à distância de um clique poderia ter milhares de dicas e muito carinho e apoio de outras mães que passaram ou estavam a passar pelo mesmo que eu. 

Acredito que a maternidade não foi feita para ser vivida sozinha, sem apoio, fechada em casa o dia todo com um bebé durante alguns meses, e muitas vezes a desesperar por não saber o que é "normal" e o que podemos fazer para ajudar o nosso bebé na transição do ventre para o mundo real...

Por lá trocam-se dúvidas, experiências, mezinhas, e aprende-se que afinal não estamos sozinhas e não somos ETs porque fazemos coisas que a sociedade acha que não devemos fazer... 
E o melhor de tudo, fazem-se amizades, lindas amizades, umas que se mantém apenas virtualmente e outras que passam a ser para a vida, mesmo que seja à distância!

Aprendi muito nestes grupos, e foi lá que comecei a dar as minhas dicas de amamentação, pois por ter apenas quatro meses de avanço em relação às que estavam a começar, e por ler muito sobre o assunto, aos poucos fui-me sentindo capaz de ajudar e isso dava-me uma enorme satisfação. Fui tendo os meus cantinhos preferidos dentro do grupo, como os cantinhos do parto e amamentação, o grupo das mamãs do meu mês (que me tem acompanhado durante todos este anos) e de outras mulheres que conheci e com quem me identifiquei muito e continuo em contacto com a maioria delas.

Hoje em dia os grupos passaram para o Facebook, mas mantém-se o mesmo espírito de partilha e ajuda que eu adoro, já fui a alguns encontros que adorei e hoje tenho o orgulho de organizar todos os meses encontros de mães na minha zona, donde saio sempre com o coração cheio e sentimento de missão cumprida!

Antigamente, a gravidez, parto e maternidade era uma sabedoria passada de mães para filhas e vivida entre irmãos, quando as famílias eram grandes e estavam sempre juntas assistia-se frequentemente ao que era estar grávida, parir e amamentar. Hoje as mulheres sentem-se um pouco perdidas, sozinhas, afastadas do seu instinto e penso que estes grupos podem realmente ser uma ajuda na passagem de conhecimentos, pois temos grávidas a lidar com bebés e a ouvir as histórias umas das outras, e assim vão crescendo, como mulheres e como mães!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Um bebé dependente da mãe?

Depois de uma gravidez atribulada e um parto longe do desejado, eis que vou para casa e tenho um bebé, com menos de dois kilos e meio, completamente dependente de mim. E agora?!?

Felizmente, a amamentação correu bem desde a primeira mamada e nunca me deu grandes chatices, mas tudo o resto era complicado, demasiado complicado para o que eu estava à espera: noites sem dormir, um bebé que chorava muito, as hormonas completamente descontroladas, e eu mais desorientada que nunca... Mas depois tinha aquele ser tão pequenino nos meus braços que me olhava com uns olhos tão apaixonados, e me fazia esquecer tudo e continuar a tentar ser a mãe que eu queria ser!

Acho que o mais complicado de gerir nos primeiros meses foram mesmo os comentários inapropriados, as opiniões não pedidas, os conselhos contraditórios e a negação do meu instinto. O meu filho chorava e eu queria dar-lhe colo, todo o meu corpo me dizia para pegar nele, dar-lhe mama, tê-lo sempre junto de mim. Mas as pessoas que me rodeavam diziam que não podia, que o ia habituar mal, que era perigoso dormir com ele, que o miúdo estava sempre à mama, que se calhar o meu leite não era suficiente...

Tudo aquilo que eu fazia tinha uma contra-indicação, presente ou futura e eu tinha de o habituar a dormir sozinho, a ficar na espreguiçadeira, a aguentar mais tempo entre mamadas... Resumidamente a não estar tão dependente da mãe!

E eu tentava fazer o que me diziam, quando estava acompanhada, e quando estava sozinha fazia o que o meu filho me pedia, mas sempre com um sentimento de culpa terrível, e por isso não foram tempos nada fáceis.

Até que um dia li um livro, quando o meu filho tinha 4 meses, de um senhor que admiro muito - Besame Mucho, do Pediatra Carlos González - um livro que me dizia que o que o meu filho me pedia era normal, e que a minha vontade de responder também, que era instintivo e estava gravado nos nossos genes há milhares de anos. E a partir daí, o Dr. Carlos González passou a ser o nosso pediatra, mesmo sem nunca ter visto o Gonçalo, sempre que alguém me dizia que não podia fazer algo, eu respondia "Ah, mas o pediatra disse que podia" e tudo ficava bem!


Agradeço à minha querida Bárbara, que me apresentou este grande senhor, e este livro, que me mostrou que o meu filho era um bebé dependente da mãe, e que isso era perfeitamente normal!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Como tudo começou...


Tudo começou há mais de nove anos, quando soube que ia ser mãe: uma gravidez não planeada, mais cedo do que o previsto, e eu com apenas 22 anos e a terminar o curso de Turismo na faculdade...


Foi uma gravidez que passou a correr, soube que estava grávida mais tarde do que a maioria das mulheres, e o meu filho nasceu mais cedo do que o previsto, por isso a sensação que tenho é que entre os dois trabalhos que tinha na altura, a faculdade, e o tempo a passar, estive grávida muito pouco tempo e a verdade é que saboreei muito pouco aquele momento tão especial.



A imagem que escolhi é da primeira ecografia que fiz, e foi apenas naquele dia que tomei consciência que tinha vida a crescer dentro de mim, foi a primeira vez que o vi e que tudo se tornou realidade, antes disto ainda parecia tão irreal, porque eu não me sentia mesmo nada preparada para ser mãe.



O dia do nascimento do meu filho foi muito diferente do que tinha imaginado, mas foi provavelmente o necessário para me abrir novos horizontes, para questionar aquilo que sabia na altura (que realmente era muito pouco) e para estar hoje onde estou. Acho sinceramente que se não tivesse tido a cesariana que tive, não teria feito este caminho, e por isso agradeço profundamente ao meu filho, que me permitiu passar por esta experiência e conhecer este novo e maravilhoso mundo da maternidade.



Ser mãe mudou tudo na minha vida e na maneira como vejo o mundo, e apesar de ter conseguido terminar o curso de Turismo com uma barriga de sete meses, as viagens que acompanho actualmente são outras, bem diferentes das que planeei, mas do meu ponto de vista bem mais enriquecedoras!