domingo, 16 de julho de 2017

O motivo da minha ausência...

Comecei a escrever este blogue em Setembro do ano passado e a ideia era vir aqui escrever sobre mim, sobre os meus acompanhamentos, e sobre outras coisas, conforme o que me apetecesse... Sempre gostei muito de escrever e fui algumas vezes desafiada por amigas a escrever um blogue, e no ano passado finalmente ganhei coragem para o fazer. Nessa altura estava a planear engravidar do meu segundo filho, portanto este cantinho também seria provavelmente para partilhar com o mundo as aventuras e desventuras dessa fase.

No dia 08 de Outubro tive o primeiro sinal de que estava grávida, e com o passar dos dias tinha cada vez mais a certeza até que me faltou o período e aí fiz o teste apenas para confirmar o que eu já sentia. Soube muito cedo desta gravidez, ao contrário da primeira, provavelmente por estar muito mais em sintonia com o meu corpo, e por conhecer tão bem o meu ciclo.

Passou-se quase um mês e decidimos contar aos miúdos (o meu filho e a filha dele), que ficaram doidos com a novidade e no dia seguinte contámos ao resto da família mais próxima, estava apenas de 6 semanas mas a vontade de anunciar a gravidez era muita e estávamos muito felizes!

Às 8 semanas fiz consulta no centro de saúde e estava tudo bem, de acordo com as análises, no entanto nessa semana eu já desconfiava que algo se passava porque os sintomas que tinha tido inicialmente, e que tinham sido tão fortes, simplesmente desapareceram de um dia para o outro. O aniversário do meu filho aproximava-se, portanto tentei não pensar muito nisso e achei que fosse apenas eu que estava mais distraída com a organização da festa. 

Mas, no fim da festa, as minhas suspeitas confirmaram-se, tive sangramento e fui ao hospital, onde me disseram que não se viam batimentos cardíacos na eco e que possivelmente o feto tinha parado de se desenvolver já há uns dias...

A médica ainda disse que podia ser cedo... Que podia estar de menos tempo do que pensava... Marcou nova eco para duas semanas mais tarde, mas eu já sabia o que se passava, já desconfiava pelos sinais do meu corpo, que tinha estado a ignorar... A expulsão aconteceu naturalmente, sem necessidade de intervenções, e isso foi importante para mim, mas é algo tão forte e tão difícil de passar...

No meu percurso de Doula, fiz formação sobre perda gestacional e acompanhei algumas amigas que passaram por isto, portanto sabia que era algo mais comum do que se pensa, apesar de não se falar muito no assunto, mas ajudou-me muito ter com quem falar e saber a quem recorrer.

O tempo foi passando, aos poucos voltei a ser eu, com alguns momentos de tristeza sempre que algo me lembra do meu bebé planeado, imaginado, idealizado... Neste momento já passaram mais de 6 meses, já passou a minha data prevista do parto, mas continua a ser difícil pensar em engravidar novamente... Portanto aqui me mantenho, à espera que a vontade de ser mãe novamente seja mais forte que o medo de engravidar...